Ser Carioca está intrinsicamente ligado a ter bom humor. Mas esta relação não pode ser política para governantes de nossa cidade fazerem o que bem entenderem. Está certo que sabemos sair de situações constrangedoras até com certa habilidade e bom humor mesmo, mas tem político por aí que abusa incrementando projetos que não tem razão de ser ou ao menos suporte estrutural.
Vejamos o caso do Porto Maravilha. A Prefeitura e junto com ela o governo do Estado (um pouco menos por causa da UPP), está praticamente lavando as mãos sobre a região. Que o consórcio vencedor Porto Novo terá que investir bilhões na região todo mundo sabe. As obras são gigantescas, os desafios enormes, mas onde está o cronograma das obras? O que será feito nos Bairros, como Santo Cristo, Saúde e Gamboa para estimular o comércio? E sobre o alto índice de analfabetismo da região, o que será feito? Escola Municipal Benjamin Constant será reformada ou ampliada? Os sem tetos que ocupam propriedade da rede ferroviária serão removidos? Haverá esquema de trânsito alternativo pelos bairros de ruas antigas e sem tradição de trânsito pesado para a demolição do Elevado da Perimetral? A questão de casas, casebres e sobrados sem escrituras invadidas e/ou recuperadas será revista e terá regularização? A população está sendo devidamente ouvida e informada das mudanças que virão?
Veja vídeo de Jorge Arraes, presidente da CDURP - Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região Portuária, explicando parceria público-privada para exercer serviços à região.
Torcer para que tudo der certo, acredito que todos nós estamos. Pensamento positivo é o que não falta e o que mais é reproduzido. Mas olho na possível privatização dos serviços essenciais e falta de política econômica, habitacional e educacional desta região de mais de 20 mil habitantes.
Responsabilidades se dividem, não se repassam. Fiquemos de "olho vivo" para que a região portuária entre em cena não só para os turistas e os especuladores imobiliários.
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